Comunidade Nativa. San Francisco. Pucallpa.
Em Pucallpa, às margens da lagoa Yarinacocha, está situada a Comunidade Nativa San Francisco, conhecida por seus habitantes como Jepe-Wesha.
É a comunidade Shipibo-Konibo mais antiga e populosa da região, com cerca de 1.800 moradores. A vida cotidiana se organiza em torno da pesca, da caça, da agricultura familiar e, em menor escala, da produção e comercialização de artesanato. É também um território onde se desenvolvem práticas tradicionais de cura baseadas no uso das plantas medicinais da floresta.
Em San Francisco, e em outras comunidades próximas, funcionam centros conduzidos por curandeiros Shipibo-Konibo, espaços criados para acolher pessoas que buscam esse conhecimento — não como visitantes, mas como participantes de um processo de cuidado enraizado em um sistema de saúde ancestral.
A presença de estrangeiros nesses contextos exige escuta, responsabilidade e respeito.
Estar nesse território implica reconhecer que se trata de uma comunidade viva, com dinâmicas próprias, e que o acesso ao tratamento não deve ser confundido com turismo espiritual. Cada encontro é uma travessia entre mundos que exige cuidado ético de todas as partes envolvidas.
É no centro de tratamento Paraíso do Panshin, localizado em San Francisco, que acontecem os Retiros Shipibo. Com uma estrutura única em organização, energia e nível de imersão, oferece o conhecimento ancestral dos curandeiros Shipibo-Konibo e a presença viva da floresta como parte essencial do processo de cura.






Paraíso do Panshin.
O Paraíso do Panshin é um centro de tratamento tradicional indígena da etnia Shipibo-Konibo coordenado por Panshin Nima (Walter López) e sua família.
Tendo sido inaugurado em 2022, o Paraíso do Panshin foi projetado para oferecer uma estrutura confortável sem comprometer a profundidade do trabalho tradicional. O centro conta com energia elétrica, acesso à internet, suítes privativas para duas pessoas com ventilador, banheiro com chuveiro e sacada com rede. O espaço também conta com um redário coletivo, cozinha e um grande refeitório, lavanderia com máquina de lavar e um espaçoso salão de cerimônias.
Localizado em área de floresta próxima à comunidade San Francisco, o espaço foi construído para acolher grupos e permitir um equilíbrio entre o recolhimento necessário ao tratamento e alguns elementos de conforto físico, especialmente para quem necessita de maior suporte em contextos de imersão prolongada.
O Paraíso do Panshin é um território de cuidado guiado pela tradição Shipibo-Konibo — um lugar de escuta, cura e relação com as plantas. Não é um espaço de visitação e turismo, mas um território de cura tradicional. Tudo nele foi pensado para favorecer a contenção, o cuidado e o vínculo entre quem conduz e quem se entrega ao caminho com as plantas.












